quarta-feira, julho 14, 2004

Zapping

A arte do zapping é extremamente complexa, requer perícia, astúcia e instinto.
Não é qualquer um que ignora algo que possa vir a ser interessante para a eventualidade de encontrar algo ainda mais interessante noutro canal. Este risco, é, na maior parte das vezes, infrutífero, pois as probabilidades não estão do nosso lado (tendo em conta as estações de televisão nacionais e a merda que a netcabo nos disponibiliza).
O verdadeiro zapper sabe reconhecer bosta só pelo som, não necessita de fixar o televisor para voltar a primir o "gatilho".
O artista sabe controlar os tempos de intervalo e repartir esses minutos, de forma a confirmar a inexistência de qualquer outro programa digno de ser visto ao longo das dezenas de canais.
Zapper que é zapper possui canais chave, canais aos quais dá um certo desconto, ainda que moderado, pois a experiência diz que até aí podemos encontrar desilusão.
Não é zapper aquele que permanece mais de 2/3 minutos no canal codificado da playboy, só para ouvir os gemidos de determinada fodilhona e olhar de relance o respectivo fodão desfocado.
Diz a experiência que existem canais a sintonizar no final da lista, pelo que o zapping termina no inicio desse intervalo, tais como sic mulher, viver, e afins.
O zapper dos canais públicos é considerado o zapper estatal, não pode ser considerado um verdadeiro artista, vista a facilidade de conformação.

Atitudes consideradas de um verdadeiro zapper:
- Dar uma vista de olhos na procriação dos leões africanos no canal odisseia enquanto o herman canta no seu programa da sic.
- Zappar para o SOL Musica e ir fazer o jantar num dos intervalos nocturnos da TVI.

* Não se ensina a ser zapper, é-se auto didacta ao longo de horas perdidas em frente ao televisor.*