sexta-feira, dezembro 12, 2003

Filas fantasma

Já vos deve ter acontecido chegarem à bomba de gasolina e verem 4 cavalgaduras na fila para um par de bombas, e uma terceira bomba estar livre, certo? (vamos supor que sim!!)
Ora, eu passo a explicar o complexo funcionamento da mente portuguesa em tal situação:
Estão dois artolas a encher o dépósito nas ditas cujas e chega um terceiro artolas (sem pressa, que até gosta do cheiro a gasolina), que por falta de jeito prefere aguardar e meter o carro com o buraquito da gasolina do mm lado que a mangueira. Até aqui tudo bem, é gaja! (comentário inteiramente lógico que deverão afastar de qualquer associação machista)
Ora, quando chega mais um ou dois artolas a coisa complica-se, e pensa artolas nº 1:
- "Ora, se aquela bomba está livre mas aquela gaja está à espera da outra bomba, é porque esta é especial.. deve dar desconto! Ou então a outra está avariada, de certeza!" E tau, mete-se na fila, acontecendo o mesmo a artolas nº 2. E a partir daqui, origina-se o efeito bola de neve.
Até que a certo ponto, chega alguem com o mínimo de bom senso, enfia-se na bomba livre, enche o depósito e segue viagem, ficando os artolas a pensar: "ehehe, aquele leva gasolina estragada de certeza." para evitar admitirem que são otários.

O mesmo acontece nos restaurantes de fast food, onde por vezes as filas laterais são confundidas com faixas prioritárias para deficientes. E então, robots formam-se tal soldados na formação interminávelmente no meio, pois o medo de ouvir um "OLHE LÁ, vc não pode estar nessa fila" tem bem mais impacto que mais meia hora, menos meia hora de espera.

O mais incrível é mesmo a faixa de BUS do acesso sul à ponte 25 de Abril, que tem um sinal (BEM GRANDE) que proibe a circulação de ligeiros APENAS das 06:00 as 10:00 nos dias úteis.
Julgais que a um domingo à tarde (com uma fila do caralho) alguem lá mete o cu? É o metes. Ainda cheguei a pensar que os condutores haviam ganho um súbito respeito pelos transportes públicos, ou que as palas nos olhos os impedissem de observar os sinais no alto da faixa, mas não.. quais respeito quais quê, bastava anunciarem (em luzes neon, a piscar bem fortemente claro) que estavam a ser burros e podiam passar p/ aquela faixa, que se comiam uns aos outros.
Ora, este exemplo final comprova o sindroma "se ng faz é pq n se deve fazer".
Estas bombas, filas, faixas e outros locais de atendimento ou estão estragados ou então são menos eficazes que os outros para onde TODOS estão a ir e TODOS estão a utilizar, caso contrário, pq haveriam TODOS (tô dús) de optar por tal?
(pq n se dão ao trabalho de pensar, os impulsos nervosos dirigidos ao cérebro acumulam-se no pescoço, daí o nariz empinado - a culpa é do inchaço!)

Inchem que eu vazo por vcs :D